quinta-feira, 1 de setembro de 2016

O triste dia em que vi um golpe se concretizar

O pior é o bando de ignorantes aplaudindo este atentado à jovem e frágil democracia brasileira. Estes acreditam que a Dilma deva sair por ter sido uma má governante e porque "o PT é o câncer do Brasil". Da noite para o dia tornaram-se exímios juristas conhecedores da Constituição; também sabem recitar de cor a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Estes apedeutas também acreditam que no país há dois tipos de pessoas: petistas e coxinhas. Acreditam que defender a Dilma das acusações (=defender a democracia) implica necessariamente ser petista. Há aqueles que se consideram intelectualmente superiores, e com suas ideias "liberais" tentam inventar argumentos baseados na LRF para justificar o injustificável golpe. 

Há os que dizem "é minha opinião". Opinião é você preferir azul a vermelho ou uva a banana. Apoiar um golpe (sem nem ao menos ganhar nada com isto) é falta de cérebro ou de caráter. Há também os isentões, que não percebem que sua omissão fornece suporte aos golpistas.

Não pretendo discutir com estas pessoas, pois para tal teria de reconhecê-lo(a) como meu par, e todos nós sabemos que um abismo nos separa; posso investir meu tempo de forma melhor.

O mais triste é ver Cristovam Buarque manchando sua reputação, e Kátia Abreu surpreendemente fazendo um dos discursos mais eloquentes de todos.

A imprensa internacional denunciou o golpe, e só não vê quem não quer. Claro, é mais cômodo acreditar na narrativa de que o PT é capaz de comprar o The New York Times, The Guardian, Der Spiegel, Le Monde, El Pais, e todos os maiores jornais do mundo. 

Eu sinceramente espero que estas pessoas percebam a merda que fizeram e, mesmo que atrasados, percebam que apoiaram um golpe. Será tarde demais, mas vale o aprendizado.